À Procura do Amor (Enough Said) de Nicole Holofcener
Estamos sempre a procura de algo, uma incessante busca por algo que nos preencha.
Buscamos um amor arrebatador que nos traga completude.
Buscamos um pouco de paz na arrebatação desse amor que encontramos.
Buscamos a satisfação no trabalho enquanto reclamamos da falta de qualidade de vida que temos na cidade grande... enfim.
Buscamos o que chamamos de felicidade.
E até que encontremos, não saberemos dar-lhe o nome que merece.
Queremos a segurança de uma certeza, de que podemos pisar e o chão não irá ceder facilmente.
Mas não...
Não há certeza na felicidade... por isso estamos sempre em busca dos pequenos momentos em que ela se apresenta e cometemos o erro... não, o erro não, o simples engano - nem sempre tão simples, porém mais comum que o desejado - de nos apegarmos muito a eles, a esses pequenos momentos, quando deveríamos vivê-los mais intensamente para que sua marca, quando os mesmos passarem, continue ressoando através de nós.
Perdemos tanto tempo ponderando, estabelecendo os medos, determinando os limites do que pode e do que não pode, colocando rótulos, dedos, enfim, obstáculos tantos que, muitas vezes, quando ela aparece, nem percebemos e deixamos de aproveitar a leveza de um momento que poderia ser mágico... e por que? por questão de nomenclatura?
Paramos tanto para ouvir a opinião do outro a respeito do que fazemos - ou deveríamos fazer - das nossas vidas, que o sentir da coisa toda se perde no caminho, nas palavras "sábias" de terceiros que nem conhecem nossa cor favorita e já palpitam sobre o que ou quem é bom para a gente.
E sabe o que é pior?
Nós deixamos o "faça o que eu digo, não faça o que eu faço", muitas vezes, ditar o que é mais seguro para nós, e desistimos antes mesmo de tentar.
Sua experiência com algo ou alguém nunca será a mesma que a minha, por mais semelhante que as histórias possam parecer.
Eu sou um ser único... assim como você... assim como um terceiro qualquer que eu decida agregar a minha vida.
...
Não sou um sábio.
O que eu digo não se escreve.
O que eu faço, por vezes, é impronunciável.
Mas o pudor - e a falta dele - é só meu.
...
Eu quero experiências extremas e extremamente leves.
É isso... extremos!
É assim que eu quero.
Eu faço questão de sofrer o que for preciso num depois, se o durante for incrível... e não aceito menos que isso.
Não quero me machucar de novo...
E eu me pergunto: E quem quer?
E quantas vezes dizemos isso...
Mas quero repetir a parte boa dos processos todos, e cada vez mais intensamente...
Onde está sua fé?
A parte ruim, bom, essa é inevitável, mas vem diferente com cada um... e nada de "eu sabia", eu quero é amar sem me preocupar com o porquê ou se é cedo ou tarde... eu quero amar sem balanças quantificando a qualidade e a importância de um sentimento que eu nem sei de onde ou como surge... se de um beijo ou um bom sexo, de um sorriso, um olhar ou de meia dúzia de encontros, pouco importa! quem está contando?
E essa é a minha busca...
Em nossas procuras todas, vivemos um eterno recomeço.
Enquanto não chegarem os próximos capítulos, vamos rabiscando as páginas em branco que nos forem dadas.
E boa sorte.