09 janeiro 2006

Epitáfio Gelado

O vento chega carregando as pétalas da primavera que estar por vir.
De quem seria aquela triste voz que ouvi enquanto queimava o inverno?
O que cantarolava?
...Frio!
As emoções se perdem na neblina...
Cores!
A lucidez vem tímida com a chegada da primavera.
O coração renasce do epitáfio gelado...
...e já não se lembra por quem batia.
A primavera, que parecia nunca chegar, se vai depressa levando consigo a lucidez inconstante.
Uma realidade lúdica é formada e nela vive-se oniricamente.
Já não é preciso que se tenha razão, seja para morrer ou para continuar vivo.
As batidas do coração já não possuem motivo, esse se foi junto ao gelo e, desde então, esquecido.
Por ser tão cego,
O amor calou o coração.
Por ser tão introspectivo,
O coração atraiu a solidão.
E ela, por sua vez, decidiu não só ficar, e a morte, sua amiga, resolveu acompanhar...

[26/01/05]

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