26 fevereiro 2006

Vermelho e verde sobre tons pastéis.

De um lado um mundo lúdico, com cores fortes e marcantes. Um sonho que mostra a realidade introspectiva que um dia eu também já vivi... ou talvez eu ainda viva. Um sonho real, uma realidade onírica.

Um passeio pelas ruas de Paris e o encontro com um anão de jardim segurando fotos recortadas tiradas em uma singela máquina na estação de trem da cidade... um olhar segurando um copo d'água e uma doce vingança... quem sabe uma ida ao sexy shopping mais próximo?! Talvez, poderia ir até lá com meu all star vermelho, dirigindo minha lambreta e parar na primeira cabine telefonica que encontrasse para, apenas, procurar um número qualquer e discar sem compromisso.
Jogar pedrinhas num lago para acalmar a tensão e quem sabe nunca chegar ao fim da vida... ou até mesmo ao fim do filme. Trocar olhares e singelas feições com uma câmera curiosa e não dizer nada, apenas deixar entendido em meus gestos.


Amelie Poulain não é apenas um excelente filme, é vida real com o melhor da ficção, o poder de tornar a vida mais simples numa tela de cinema... ou não!

Poderia também trocar as ruas de Paris por um lugar no Jack's ou uma festa na casa do Dennis, quem sabe não seria uma pedida melhor?! Dançar um pouco, extravasar o que me sufoca(seja lá o que for isso...), ver alguns amigos furando os olhos uns dos outros, dar apoio a relacionamentos fracassados, tentar começar um, ou apenas ser sincero e dizer: Ok, a casa é minha e a festa acabou! Boa noite e cuidado com o vaso japonês que fica do lado direito da porta de entrada, não esbarrem nele, tem valor sentimental.

Seria um tanto simples não se importar com ninguém... se isso fosse realmente verdade e se um dia você não precisasse passar pela mesma situação em que você deixou tantos outros. Ou talvez não fosse tão simples deixar alguém te conquistar, se entregar a alguém. E se ser bonito e atraente não fosse privilégio para todos, inclusive pra você, como seria?! Continuaria sendo simples?! Até que sim... mas e se você se importasse com isso?! Se essa tal de estima não existe mais pra você, continuaria sendo tão simples?!
Vou tentar mais um exemplo...
E se você precisasse usar drogas para 'seguir' alguém?! E se fazer isso fosse sua prova de amor para esse alguém?! Será que seria simples fazer isso?!
E o clássico... se você descobrisse o real significado de amar alguém quando esse alguém já cansou de te amar?! Se você descobrisse que dar carinho nem é tão dificil assim, e que se você descobrisse isso antes tudo poderia ser diferente?!
Será que tudo isso é simples?!


Talvez aparentemente. Talvez "O Clube Dos Corações Partidos" seja mais um filme gay sem conteúdo, apenas mais uma 'comédia' descabida sem grandes lições, mas a grande lição desse filme é falar das pessoas. Do que somos, do que fomos e, por que não, do que, talvez, seremos. São coisas simples... talvez não tão simples, mas cotidianas. Situações reais, pessoas com dramas reais.

Um filme simples com situações aparentemente simples e psicologicamente complicadas... ao menos pra mim.




E assim termina meu primeiro dia de carnaval... quatro horas da manhã e eu na frente de um computador sem ter mais o que fazer...
Um dia, dois filmes, duas pessoas, uma mãe, um pai, mil pensamentos e um desejo: ficar sozinho!
Amanhã é outro dia...

Será que amanhã serei uma companhia melhor?!

E o caos continua.

"I think I'll get out of here
Where I can run just as fast as I can
To the middle of nowhere
To the middle of my frustrated fears..."
[Just Like A Pill - P!nk]

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