08 março 2011

Carnaval cinematográfico

Bruna Surfistinha de Marcus Baldini

Confesso que esse foi daqueles filmes que logo que anunciado pensei: "puro sensacionalismo. cinema feito pra vender a custa de sexo e popularidade de assuntos pouco interessantes e batidos.". Pensem comigo... sexo, prostituição e drogas, convenhamos, não são lá os assuntos mais originais do cinema brasileiro na atualidade. Mas daí acrescente a internet dando voz a uma garota de programa que teve uma idéia (talvez a única) bem sucedida de usar a blogsfera para se promover e criar atrativos para o produto mais consumido da internet: SEXO! E 'boom', escreveu um livro sem ter terminado o colegial (ao menos pelo que aparenta no filme, não vou me dar ao trabalho de pesquisar a respeito) que vendeu muito dentro e fora do país e "se" vendeu para o cinema. Sacada de gênio. Mas e ai, o filme é bom?!
O filme tem BONS momentos... me surpreendeu a performance da Deborah Secco e a agilidade da direção. Mas se formos analisar o roteiro, deixa muito a desejar. Não sei como é o livro, pois não o li e talvez haja grandes chances do roteiro ser melhor que o livro, mas se isso for verdade é realmente uma pena, pois foi ai que os roteiristas (3 se não me engano) perderam uma ótima oportunidade.

Vale a pena ver e recomendo, a história tem lá suas brechas e motivos rasos para uma série de pontas que não se unem no final do filme (como o real motivo dela ter saido de casa, para mim não ficaram mais que algumas divagações de uma adolescente confusa escrevendo em seu diário), mas tem boas interpretações, uma boa direção e uma trilha sonora que faz toda a diferença.

Rango de Gore Verbinski

"Rango" é daquelas animações que não são exatamente para crianças. Com um tom sarcástico e diálogos ágeis e completamente funcionais, Verbinski põe toda sua experiência adiquirida na franquia "Piratas do Caribe" e cria uma animação memorável.
O filme tem uma temática que vem sendo bastante explorada em todos os meios artísticos atualmente, seja na música, no cinema, artes plásticas, enfim, a questão da falta de água e de todo o capitalismo e trocas de interesses por trás disso é o grande tema por trás do filme. Claro que esse é o plano de fundo da animação, pois o que dá interesse e humor ao desenho não é o "problema social" e sim as crises de identidade do camaleão título do filme e das personalidade encontradas no decorrer da história.

Em resumo, dá pra rir, pensar, torcer e ainda curtir as vozes de Johnny Depp como o protagonista Rango, Alfred Molina como um sábio tatu de beira de estrada, a pequena miss sunshine Abigail Breslin como uma ratinha que cobra as promessas que são feitas pra ela. E aqui também vemos toda uma comunidade nada bonitinha como os desenhos costumam mostrar, aqui temos ratos, topeiras, morcegos, tatu, cobras, calangos, jabutis e mais uma série de bichinhos feios e com pouca cor.

Ótimo para um fim de noite.

O Vencedor de David O. Russell

Eu não sou fã de boxe, que fique claro, acho desnecessário e completamente desinteressante. Mas o vencedor, que não é apenas um filme sobre boxe, me fez ficar na ponta da cadeira torcendo a cada minuto como se eu estivesse presenciando cada cena e entendesse um pouco daquilo.
O filme é eletrizante, com um início um tanto documental e totalmente necessário, conta a história de dois irmãos, um que era o grande orgulho de uma cidade por conta de seus feitos no boxer, porém com a carreira interrompida devido ao envolvimento com o crack, e o outro que vive na sombra desse primeiro, mas que se torna campeão mundial após vencer algumas amarras.
Com atuações vicerais de Christian Bale e Melissa Leo, e uma coadjuvante de peso como Amy Adams, o filme é uma delicia de se ver. Delicia? boxe + drama + sangue + drogas = delicia? Eu diria que direção + fotografia + ótimas atuações + montagem e edição = delicia!
"Ah, mas e o Mark Wahlberg?" Gente, vamos deixar assim que já ta bom demais.

Cegueira de Fernando Meirelles

Ok. Eu ainda não tinha visto o tão comentado - para o bem e para o mal - 'Cegueira' e depois de um tempo confesso que havia perdido a vontade. O que me fez mudar? por incrivel que pareça quando assisti "José e Pilar", o documéntário maravilhoso que fizeram sobre o José Saramago e sua mulher Pilar, eu fiquei com vontade pois vi a emoção que ele sentiu ao ver o filme, então, porquê não?!
O filme é surpreendente em diversos aspectos que não vou somar nesse post, mas eu li o livro e sem dúvida não tem comparação, mas julgando ser duas artes completamente opostas, literatura e cinema, conversam de uma maneira ímpar nesse filme. Cenas que nunca imaginei serem possiveis de transmitir eu encontrei nas tomadas do Fernando Meirelles.
Não tenho muito o que comentar, o filme é de uma sensibilidade incrivel e foi uma ótima surpresa.

Atração Perigosa de Ben Affleck

Um filme do Ben Affleck... uau!
Não esperava que ia encontrar um filme bem amarrado como encontrei. Confesso que não achei grandes maravilhas, mas tecnicamente (pelo pouco que entendo e consigo julgar) eu achei ok. O roteiro, que também tem a mão do galã (oi? em 2011? deixa pra lá), é funcional e cumpre seu papel. Tem ótimas cenas de ação e um desfecho eletrizante.
Vale a pena pretigiar o segundo e melhorado resultado do diretor/ator. Ah, falando nisso, fica a dica para no próximo ele não se dar o papel principal. Consigo pensar em pelo menos 5 atores que fariam o papel dele muito melhor e com um orçamento modesto.

Victor ou Victoria de Blake Edwards - versão Broadway de 1995

Há pelo menos 4 anos atrás eu conheci o filme de 1982 e achei maravilhoso! números incriveis, uma Julie Andrews em excelente forma, um roteiro excelente, números coreografados magnificamente e boas e extensas eteceteras.
Encomendei o filme numa livraria "x" há algumas semanas, e qual minha surpresa quando chegou e não era a versão que me conquistou e sim a versão da broadway que, apesar de ter boa parte do elenco principal do filme, foi gravada 13 anos depois. Fiquei empolgado mesmo assim e fui encarar as quase 2 horas e meia de musical.
O que dizer?! É Broadway! mas ainda assim a sensação é bem diferente. Claro, teatro e cinema, coisas próximas porém com técnicas diferentes em alguns aspectos e sim, faz diferença. Ambos são ótimos e funcionais, mas tem certas "piadas" que parecem não funcionar muito bem na transposição da tela para o palco, ao menos não para quem assiste de casa.

Como colecionador (um tanto fajuto ainda) de musicais, vale a pena, mas ainda quero meu filme de 1982.

Um comentário:

Robson Fernandes disse...

Opa, sou de Maceió sim, não pensei que você fosse daqui também... adorei seus posts, são sempre tão alternativos! abraço, qualquer coisa me adc no e-mail!