30 janeiro 2013

Faxina


O que antes era um aperto constante e um nó que não desata, agora já se conforma um pouco mais em resistir a verter.
Tudo ainda está aqui, numa represa contida, ainda que frágil.

Faz pouco...

Não há músicas novas a serem tocadas e mesmo as antigas já não consolam.
Ainda se buscasse consolos, mas não, busco a melancolia que se oferecer, busco o choro, o desabafo.
Quero tudo pra fora, casa limpa, plantas aguadas. 
Quero verter toda a idealização que criei, lavar as janelas.

Depois de tudo limpo, tudo às claras.
É assim que vai ser.
Quero meu espaço organizado para bagunçar tudo novamente, e outra vez, e de novo, e de novo... com você, talvez.
Ainda seria minha melhor opção, se assim pudesse, se assim quisesse, se.

A faxina não foi concluída e ainda se demora.
Minha hora tem 24 horas.
Meus dias são extensos.
Meus metros já não são quadrados.

(...)

"E agora, José?"
Quando tudo parece refeito, o desafio é recomeçar. Abri o casulo.
Na convicção mentirosa da não expectativa podemos decepcionar o que não estávamos esperando.
Como por ironia.
Mas fingir maturidade é o que fazemos de melhor.
Das nossas lágrimas sabemos nós.
Do que não mostramos, do que não cedemos.
Dos nossos nós, apenas nós.

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