Abriu a porta e arrancou o chão dos meus pés com os olhos. Havia medo e um certo cuidado com as palavras, mas existia também uma decisão, uma certeza, uma sentença.
Falou as palavras certas - uma após a outra -, resolveu nossos problemas e enxugamos nossas lágrimas.
Não resisitimos ao abraço e ficamos com a certeza de que ele sempre virá, assim, sincero, pontuado, necessário, inteiro.
Pegou na minha mão e entrelaçamos nossos dedos, daquela maneira que eu gosto, com o calor e a força que me transmite o sentimento do início e sua evoluçãono percurso de nossos caminhos, agora, um pouco mais opostos.
É necessário... era preciso... o corte na superfície, inevitável.
...
Precisamos descansar... dormir, afinal.
E agradecemos, nos curvamos e aceitamos o que será para "um bem maior".
Apenas. Boa noite apenas.
Fica com Deus.
[ 13/05/07 ]
"O carinho do dedo adolescente
que eu poderia fazer em mim
de repente,
não te substitui - nem me ilude
É incompetente!
Parece ter uma plaquinha pregada decente:
'Lugar de outro - não entre.'
(...)
Sóis de tudo poentes
se avizinham mais à sua distância sã
do que a um prazer demente.
Não o de eu fazendo amor comigo
mas o de nadar no abismo buraco
do seu cadê
Insólita tentativa gigante e miúda
de ser seu dublê.
(...)
É de doer encarar a falta do suor do outro...
e ser aí coxo, manco, barranco
descambado sobre o pequeno barraco de si mesmo.
(...)
Toda cama quente
vem se instalar em seu sono insone
Não há suficiente quantidade quâtinca
de terra, água ou ar
Não há par,
Fica-se como uma meia
desencontrada na idiota dignidade
de não estar furada... mas estar ímpar.
Então não é nada.
Até é, mas o que é é pouco
e acorda-se cansada
de saudade moída..."
[ Trechos do poema "Lugar do Outro" de Elisa Lucinda extraido do livro "EuTeAmo e Suas Estréias. ]
2 comentários:
Dá pra vc parar de ser foda? Que coisa! huhauhauhauhau
Beijo!
ainda bem que FODA eh bommm!!!! bomm, modéstia minha: é algo EXTRAORDINÁRIO!!!
Postar um comentário