09 março 2010

Sem Título


"...e, sem querer magoar, eu acabei te magoando mais."

Você avisou desde o inicío.
Eu me fiz de rogado e apostei que seus olhos sempre me protegeriam de qualquer coisa.

Eu avisei desde o início.
Mas você teimou em dizer que eu ainda era um menino.

E com tantos meios que arrumamos na tentativa de não magoar um ao outro, cá estamos os dois magoados.
A premissa era simples: ser sincero sempre!
E quem começou a mentir?
Culpados?
Não vale a pena procurar um... acabariamos perdidos no meio de todos os dedos que colocamos nos últimos meses de conversa. Tanta prolixidade que para dizer bom dia era preciso firma reconhecida em cartório... e a sua assinatura não vinha conferindo com o padrão que eu tinha.

E vice-versa.
(...)

E o que sobra agora?
Para mim sobra tudo! nada joguei fora nem nada foi devolvido ou pedido reembolso.
Todos os beijos são meus.
Todos os momentos e pés trocados são nossos... e o certificado de garantia veio sem vencimento, não há contratos.

Mudou.
Agora mudou tudo.
Isso... exatamente agora.
Assim, como quem vai do quente ao frio ao piscar os olhos.
Não consigo sentir nada.
Se, de longe, me dá vontade de chorar, não há água para sair.
Não consigo evitar.
E não me culpo, ou me julgo, ou me sinto mal por isso... simplesmente não sinto.
Nada. Absolutamente.
Nas últimas horas... cerca de umas 38, 39 horas, acredito... existem momentos dentro dela em que me sinto uma Consul problemática... fria quando não deve e derretendo tudo o que deveria permanecer fresco por pelo menos um mês.

E uma única pergunta é a dona da minha curiosidade:
Quando a gente deixa um pedaço nosso com alguém, mas assim, um pedaço grande e importante da gente, quanto tempo leva para pararmos de sentir essa sensação de vazio?
Não que eu queira nada de volta, pelo contrário, nada existe nesse pedaço que possa ser devolvido e nada eu pediria.
É teu.
Guarda.
(...)

Era o que eu precisava?
Acho que não tenho dúvidas...
Mas meu coração é burro... enquanto digo que estou aliviado ele espanca suas portas dentro de mim para lembrar que alguém aqui dentro precisa de um band-aid.
E eu, tentando acalmá-lo, digo apenas:
- Calma... não se preocupe. É apenas saudade. E, apesar de não sarar, com o tempo você consegue adestrá-la e pode até vir a ser uma companhia agradável.

... Ele não é bobo, mas minha cabeça é persistente.
Com quantos sopros se faz uma balão de ar?

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