04 janeiro 2012

Esquina.



Era exatamente o que precisava fazer. 
Definir bem as finalidades das coisas, entendo a prática mas desconheço totalmente as teorias. Não sei viver no papel o que mal conseguimos escrever pessoalmente.
Tenho uma cama grande com espaço restrito. Não consigo dormir no lado em que você deitava. Eu não encaixo. E não é que nossos corpos sejam assim desproporcionais, é que não consigo competir com seu ego.
Chega um momento em que nem você mesmo consegue... e tudo começa a se perder em desculpas e mentiras na tentativa de justificar o nó aí dentro... e mais desculpas...


Mas e o nó que sobrou da primeira do plural, quem desata?
Eu já conjuguei todos os verbos que conhecia e adjetivei todos os sujeitos... e minha gramática não é assim tão boa.


Você lembra daquele primeiro bilhete que deixou na minha mesa quando tudo ainda não era nada, mas já se anunciava confuso e mágico?
Dizia apenas "Eu te acho...".
Nunca ninguém havia me dado tantas reticências para eu brincar... e eu brinquei! Brinquei por anos de preencher com todos os bons adjetivos que me eram oferecidos por você naquela época.
Essa semana encontrei esse bilhete cuidadosamente dobrado na esquina de uma caixa de lembranças, e ao abrir e olhar por algum tempo para aquelas três palavrinhas e aquela imensidão de reticências, eu percebi que não conseguia completar.
Acho que gastamos todos os nossos adjetivos nas últimas discussões.
Tão clichê toda essa coisa de relacionamento, né?
Tentamos insistir numa amizade que não existe e paramos de forçar a barra.


É possível eu querer saber de você sem ter que pensar em você? 
Então prefiro não saber apenas pensar já me toma bastante tempo...

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu te acho...

O Fingidor disse...

very veeeeeery funny...